Donos de clínicas são investigados por usar falsos policiais para internações forçadas em SC
Internações irregulares em Imbituba Donos de clínicas de reabilitação em Santa Catarina são investigados pela Polícia Civil por internação forçada de ...
Internações irregulares em Imbituba Donos de clínicas de reabilitação em Santa Catarina são investigados pela Polícia Civil por internação forçada de pacientes em unidades de pelo menos quatro cidades do estado. As denúncias motivaram uma operação na terça-feira (2) que apura, entre outras irregularidades, que o grupo chegava a se passar pela polícia para ameaçar, administrar medicamentos e levar as vítimas até os locais. A investigação começou em outubro e constatou irregularidades em unidades de Itapema, Garopaba, Imbituba e Itapoá. Foi descoberto ainda que pacientes tiveram negada a saída voluntária, sofreram aplicação de sedativos, agressões físicas e contenção como métodos de correção disciplinar. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp O dono de uma das clínicas foi preso preventivamente em Porto Alegre (RS), enquanto outros dois investigados são considerados foragidos. A Polícia Civil apontou que os suspeitos ostentam vida de luxo, com veículos importados e alto padrão de vida. Além da prisão, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Garopaba, Itapema, Balneário Camboriú e Porto Alegre. Também foi decretado o bloqueio de valores, veículos de luxo e imóveis em um total de mais de R$ 1 milhão dos envolvidos. O Ministério Público de Santa Catarina detalhou que há três modalidades de internação: voluntária, involuntária e compulsória. A primeira é caracterizada pelo consentimento do paciente. A internação involuntária prescinde do consentimento do usuário e se dá a pedido de terceiro. Já a internação compulsória é aquela determinada pela autoridade judiciária. Imagem mostra casa alvo de operação da Polícia Civil contra grupo invesitgado por internação irregular em clínicas de reabilitação Polícia Civil/Divulgação Operação Barbacena Batizada de "Barbacena", a ação foi motivada por um inquérito policial aberto em outubro. Ao acompanhar uma ação de fiscalização da prefeitura de Imbituba a uma das clínicas, policiais receberem relatos de pacientes que estavam internados contra a vontade e sofrendo maus-tratos em uma unidade. "Pacientes eram abordados por indivíduos vestidos de preto, algumas vezes identificavam-se como policiais e, mediante ameaça, uso de força física e administração de medicamentos, os pacientes eram conduzidos às clínicas dos investigados", informou a Polícia Civil. Mais de 30 pessoas são resgatadas de clínica clandestina Tortura, abuso e medicação forçada levam à interdição de centro de reabilitação Além disso, a alimentação fornecida também era insuficiente em quantidade e qualidade nutricional. Medicamentos eram administrados por outros internos que atuavam como apoio, sem acompanhamento médico adequado. Foi descoberto, com o avanço da apuração, a formação de um esquema criminoso que envolvia uma espécie de agenciamento da contratação do serviço de "remoção" dos pacientes e a colocação em clínicas mantidas pelos envolvidos. Conforme a investigação, os familiares dos internados pagavam em torno de R$ 3 mil mensais para a clínica. Já para os serviços de remoção eram cobrados cerca de R$ 5 mil. Em nota, a polícia detalhou que dois dos investigados respondem a processo criminal por sequestro em razão da prática das chamadas "remoções". Eles estavam em liberdade provisória sob a condição de não realizar serviços deste tipo. O nome da operação faz referência ao Hospital Colônia de Barbacena, instituição psiquiátrica em Minas Gerais que se tornou símbolo dos horrores e violações dos direitos humanos no tratamento de pessoas com transtornos mentais no Brasil. Episódio ficou conhecido como 'Holocausto Brasileiro'. Mulher assassinada em trilha de Florianópolis: o que se sabe VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias