Como 'juízes secretos' vão atuar em processos envolvendo organizações criminosas em SC
Nova vara do Judiciário catarinense irá julgar todos os processos de forma anônima. Participantes também não vão conseguir identificar o gênero e as cara...

Nova vara do Judiciário catarinense irá julgar todos os processos de forma anônima. Participantes também não vão conseguir identificar o gênero e as características pessoais dos magistrados. Plataforma desenvolvida pela Microsoft vai distorcer identidade de quem presidir as audiências Chris Ryan/iStock Juízes secretos vão atuar na primeira Vara Estadual contra as organizações criminosas e facções em Santa Catarina. A nova unidade foi lançada nesta semana e terá tecnologia inédita no país para distorcer o rosto e a voz dos cinco magistrados que vão atuar nas audiências. O novo setor irá julgar os processos de forma anônima. Para isso, o Tribunal de Justiça (TJ) vai usar uma plataforma desenvolvida pela Microsoft que distorce a identidade de quem presidir as audiências, que serão todas virtuais. Os participantes também não vão conseguir identificar o gênero e as características pessoais dos magistrados. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Além disso, a nova tecnologia fará o reconhecimento facial de testemunhas. A inteligência artificial do novo sistema ainda será capaz de gravar as audiências com transcrição literal do conteúdo. Além dos juízes, a vara estadual terá 35 servidores e servidoras e contará com a ajuda das polícias Civil e Militar. Inicialmente, o grupo já tem 2.087 processos para analisar, sendo 1.841 em andamento e outros 246 suspensos. Como alerta do Google levou médico que gravava pacientes à prisão Juízes secretos vão atuar em órgão especializado para combater organizações criminosas Segundo o desembargador Luiz Antônio Zanini Fornerolli, chefe da Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ), a segurança dos magistrados vai melhorar as decisões judiciais do estado: “Trabalhamos basicamente com quatro vetores nesta vara, que funcionam como catalisadores. Eficiência, que é o resultado da prestação judicial. Celeridade, porque o Judiciário é responsável por dar uma pronta resposta técnica à sociedade, de acordo com a legislação. Segurança jurídica, para que nós tenhamos uma cultura de decisões a respeito das organizações criminosas. E segurança dos operadores que vão trabalhar nessa unidade jurisdicional", declarou. A vara estadual terá competência sobre todo o território catarinense e ficará em Florianópolis. Ela julgará as ações que envolvem os crimes praticados pelas organizações criminosas, mas há três exceções. São eles: processos de competência do Tribunal do Júri (júri popular); envolvendo violência doméstica; que tratam do juizado especial criminal (infrações penais de menor potencial ofensivo). Processos por região Conforme a Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ), a Grande Florianópolis conta o maior percentual de processos relacionados às organizações criminosas do Estado, na ordem de 30,1%. A região do Vale do Itajaí está em segundo lugar, com 22,08% dos casos (veja o mapa abaixo). Mapa mostra número de processos sobre organizações criminosas em Santa Catarina TJSC ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias