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CRM interdita centro cirúrgico e UTIs em hospital da Grande Florianópolis por 'falhas na assistência médica'

Hospital Regional de Biguaçu Helmuth Nass Divulgação O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) interditou parcialmente, nesta quarta-feira (...

CRM interdita centro cirúrgico e UTIs em hospital da Grande Florianópolis por 'falhas na assistência médica'
CRM interdita centro cirúrgico e UTIs em hospital da Grande Florianópolis por 'falhas na assistência médica' (Foto: Reprodução)

Hospital Regional de Biguaçu Helmuth Nass Divulgação O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) interditou parcialmente, nesta quarta-feira (12), o Hospital Regional de Biguaçu Helmuth Nass, na Grande Florianópolis. Segundo o órgão, a medida foi tomada por "falhas na assistência médica e falta de condições seguras para atendimento aos pacientes". Com a chamada interdição ética, os médicos devem manter a escala e atender os pacientes já internados até a alta, mas está proibida a admissão de novos pacientes, conforme a Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 2.062/2013. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp De acordo com o CRM, o corpo clínico não poderá atuar nos seguintes setores: Centro cirúrgico (incluindo a sala cirúrgica e a de recuperação pós-anestésica); UTI adulto e neonatal; Atendimento obstétrico; Serviço de apoio diagnóstico; Laboratório de análises clínicas. A decisão foi motivada por falta de profissionais para cobrir plantões nas UTIs, ausência de medicamentos e materiais essenciais, além de deficiências no serviço prestado pelo laboratório e falhas na assistência médica. A interdição ética, seja parcial ou total, de estabelecimentos de assistência à saúde é determinada pela Resolução CFM 2.056/2013 para "preservar a atividade médica e a segurança dos pacientes" e cabe ao CRM-SC realizar o processo de fiscalização e cumprimento da normativa", informou o órgão. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Irregularidades Segundo a CRM-SC, as irregularidades foram identificadas em duas vistorias feitas pelo Departamento de Fiscalização: a primeira em agosto de 2024 e a segunda em setembro de 2025. Os relatórios apontaram "demora excessiva e resultados inconclusivos de exames, comprometendo a tomada de decisões médicas e expondo pacientes a riscos desnecessários". Também foi constatada falta de equipamentos essenciais para atender complicações pós-anestésicas, como a ausência de respirador pulmonar em uma das salas de recuperação. Em nota, a administração do hospital afirmou que as "pendências foram completamente resolvidas e formalmente respondidas pela Direção Técnica do Hospital". "Surpreendentemente, o CRM-SC decidiu aplicar uma interdição ética parcial, com base na Resolução CFM nº 2.062/2013, negando-se ainda a verificar, in loco, o cumprimento integral das exigências previamente apontadas, mesmo com a solicitação formal feita pela equipe interventora. Tal recusa é lamentável e prejudica o esforço ativo e contínuo para garantir melhorias nos serviços", diz a nota (leia íntegra abaixo). Em novo comunicado, divulgado no fim da tarde desta quarta-feira, o CRM-SC disse que "a equipe que esteve no hospital nesta quarta-feira apenas cumpriu a decisão plenária e não possui competência para alterá-la. Caso o hospital já tenha efetuado as correções necessárias, deve encaminhar ao CRM-SC a documentação comprobatória" (íntegra abaixo). Pacientes já internados Por se tratar de interdição parcial, que envolve leitos de UTI e setores de alta complexidade, a continuidade da assistência aos pacientes internados deve ser garantida, considerando a baixa disponibilidade de vagas no sistema público de saúde. Por isso, não serão permitidas novas internações nos setores interditados, e os médicos que atuam nesses locais não poderão admitir novos pacientes. O CRM-SC reforça que é dever do diretor técnico e das chefias de serviço assegurar a continuidade do atendimento aos pacientes já internados. A realização de procedimentos cirúrgicos e obstétricos eletivos está suspensa, sendo permitidas apenas urgências e emergências em pacientes que já se encontram internados. A interdição dos serviços laboratoriais também abrange apenas novos atendimentos. A medida permanecerá em vigor até que todas as irregularidades sejam sanadas e comprovadas , segundo o CRM-SC. O Ministério Público de Santa Catarina foi comunicado da decisão. O que diz o Hospital Regional de Biguaçu Helmuth Nass O Hospital Regional de Biguaçu Helmuth Nass, sob intervenção municipal desde 14 de julho de 2025, recebeu nesta terça-feira (12) representantes do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) para uma nova visita de fiscalização. As irregularidades apontadas em 2024 pelo CRM-SC, sob a gestão anterior da Beneficência Camiliana do Sul, já foram amplamente tratadas pela equipe interventora. Ressalte-se que, à época, a empresa médica contratada falhou em atender as exigências do Conselho, comprometendo ainda mais a qualidade dos serviços. Em setembro deste ano, o Conselho realizou outra fiscalização, cujas pendências foram completamente resolvidas e formalmente respondidas pela Direção Técnica do Hospital. Surpreendentemente, o CRM-SC decidiu aplicar uma interdição ética parcial, com base na Resolução CFM nº 2.062/2013, negando-se ainda a verificar, in loco, o cumprimento integral das exigências previamente apontadas, mesmo com a solicitação formal feita pela equipe interventora. Tal recusa é lamentável e prejudica o esforço ativo e contínuo para garantir melhorias nos serviços. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência, o diálogo e a qualidade do atendimento. Ressaltamos que os serviços aos pacientes internados seguem funcionando normalmente, prestados com dedicação pela equipe assistencial. VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias