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Família de patinador morto em queda de balão em SC questiona falta de culpados em inquérito: 'Revolta e impunidade'

Balão pega fogo durante passeio e cai em Praia Grande (SC) A investigação sobre a queda do balão que deixou oito mortos em Praia Grande, no Sul de Santa Cat...

Família de patinador morto em queda de balão em SC questiona falta de culpados em inquérito: 'Revolta e impunidade'
Família de patinador morto em queda de balão em SC questiona falta de culpados em inquérito: 'Revolta e impunidade' (Foto: Reprodução)

Balão pega fogo durante passeio e cai em Praia Grande (SC) A investigação sobre a queda do balão que deixou oito mortos em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, foi concluída quarta-feira (8) sem ninguém ser indiciado. A decisão causou revolta entre familiares das vítimas, como os pais do patinador Leandro Luzzi, que questionam a falta de responsabilização e apontam falhas na operação do voo. "O sentimento, segundo os familiares, é de revolta e impunidade, mas também de compromisso com a luta por justiça para os sobreviventes e vítimas fatais", disse o advogado dos pais do patinador, Rafael Medeiros Arena. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Conforme a apuração, o conjunto de provas "não encontrou a existência de conduta humana dolosa ou culposa que tenha dado causa ao incêndio em voo". A queda do balão aconteceu em 21 de junho na cidade conhecida como "Capadócia brasileira", famoso destino para a prática do balonismo. Segundo o advogado, a família pretende acionar o promotor de Justiça responsável pelo caso e está formalizando a "Associação das Famílias das Vítimas do Acidente de Balão em Praia Grande". "Não é admissível o resultado do inquérito, não tem como dizer que não teve responsável. Isso não foi um acidente. Nós queremos justiça.", relatou a mãe de Leandro à NSC TV. O objetivo é buscar justiça e garantir que todas as responsabilidades sejam apuradas, inclusive a da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), por possível omissão na fiscalização da atividade de balonismo. Esperam também que o Ministério Público, que recebeu o inquérito, tenha uma visão diferente da Polícia Civil e peça novas apurações. "Os familiares entendem que esse não deveria ser o único critério observado pela autoridade policial, uma vez que o piloto não era habilitado, não tinha treinamento para emergência, foi o primeiro a pular do balão, antes de pular não acionou a manivela/válvula de escape do ar quente o que impediria o balão de subir novamente", explica. Em nota, a defesa do piloto Elves de Bem Crescencio informou que não pode se manifestar sobre o caso porque está em segredo de justiça. O MP confirmou o sigilo e que o caso agora será analisado pela Promotoria de Justiça. Mãe e filha, médicos, patinador artístico e casais: quem são os mortos em queda de balão Da esquerda para a direita: Leane Elizabeth Herrmann, Leise Herrmann Parizotto, Leandro Luzzi, Fabio Luiz Izycki, Juliane Jacinta Sawicki, Everaldo da Rocha, Janaina Moreira Soares da Rocha e Andrei Gabriel de Melo Reprodução LEIA TAMBÉM: VÍDEO mostra momento em que balão cai em SC Anac autoriza curso para piloto de balão em Praia Grande O que se sabe sobre queda de balão que causou 8 mortes em Praia Grande No total, 21 pessoas estavam no balão que pegou fogo no ar. Após a estrutura se aproximar do chão, 13 pessoas conseguiram sair ou caíram no chão. Dos mortos, quatro ficaram carbonizados no cesto e outros quatro morreram por conta da queda. Ao longo da investigação, a Polícia Civil disse que ouviu mais de 20 pessoas, entre sobreviventes, testemunhas, o piloto do balão, representante dos fabricantes do equipamento e do extintor que estava a bordo. Também foram produzidos laudos periciais especializados ajudaram a explicar as causas e circunstâncias do acidente. Vídeos do momento da queda também foram analisados. O passeio era operado pela empresa Sobrevoar, que disse em nota à época que suspendeu as atividades e que "o piloto tentou salvar todos a bordo". Acidente com 8 mortes Com base em depoimentos colhidos com o piloto e os sobreviventes, a Polícia Civil divulgou que: O balão subiu por volta das 7h de 21 de junho com 21 pessoas a bordo e, logo no início do passeio, começou a pegar fogo; O extintor que estava dentro do cesto do balão não funcionou; O balão começou a descer e, quando estava perto do solo, os sobreviventes pularam, entre eles estava o piloto; Mais leve, a estrutura voltou a subir. Quatro das vítimas pularam de uma altura de cerca de 45 metros e morreram; As chamas aumentaram e o cesto, com outras quatro vítimas, despencou. Elas morreram carbonizadas; Os bombeiros enviaram o primeiro relatório sobre a queda às 8h18. Local da queda de balão que deixou oito mortos em Praia Grande (SC) Mateus Castro/NSC TV Após o acidente, todos os voos na cidade foram suspensos, e as dezenas de empresas que atuam na região só puderam retomar as atividades na manhã de 2 de julho. Raio-X do balão que pegou fogo com 21 pessoas em Praia Grande (SC) g1 VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias